o que se passa por cá - vácuo lyrics
[verso 1: vácuo]
vamos começar com uma conversa amena
antes que o diálogo mude
e a conversa fique azeda
antes que eu cuspa todo o veneno desta adega
e embebede a coluna até ao ponto em que ela se grega
mas sossega um bocado
deixa*me cuspir para o beat
navega neste pecado
foste invocado só para ouvir
morde o disco
vais à pesca e és o isco
vais às festas pelos riscos, fixe
é nisto que eu invisto
rap fat o resto é lixo
tudo me desgraça os ouvidos
a farsa trata dos bandidos
a mim a narsa trata*me dos sentidos
e ‘tou a sentir
passa por cá
trás tudo menos o crachá
faz tudo menos o que achares
age se dá, hás*de chegar
onde tudo se passa por cá
[verso 2: eliot]
ya boy passa para cá
o que se passa por cá
deixa fumar ahyaaaaaa
é um facto que eu te mato com um bafo da kaya
bounce no bass tipo rabo da blaya
vendo o meu peixe com uma ganda raia, mano
agarra o teu queixo, ou deixa que ele caia
o cortejo do bobo é o rei da gandaia
lá vai o tenente que a filha marchava
numa ilha deserta, não ‘tava a sonhar
a dormir uma sesta
à espera da s*xta
o resto é uma merda
quero erva, e uma xebra
que o meu flow é motivo ‘pa conversa
confessa, onde vais com pressa
com essa péssima rima
toma um décimo da minha linha
desatina a má língua
desinfecta a má lingua
eu ‘tou normal com uma ganda indica
filhos de deuses e de um processo químico
[verso 3: benny broker]
viemos parar a este mundo e agora
não temos memória nenhuma de nada
o que escrevemos, o que vemos
como quem está
a ver tudo, sendo o primeiro a chegar
mano tenta falar do que se passa cá
do que se passa lá, então passa cá
que eu vou falar tipo bafora
eu trago a gás, vim cá furar
tipo vaca pá, baza já
desorganização rimática, a atacar
para acabar com a farsa de quem rima por paca
trago a rima pura ya mano
instrumentos nuas, no instrumental
mas destruem*me almas, mas curto esventrá*las
a beber e a fumar
e tudo e mais
eu rimo, eu cuspo sujo e cais
não sou o puto dos freestyles
mas surjo e sais, p*ssy vais
escrever o futuro com vinho crocante
eu vim para o canto, não rimo só canto
a prever o que cuspo, assim p’ra o drunk
e pó branco
frescura na narina, pura como a rima
doçura que se tranforma em travessura na esquina
benny b mano, pedigree
mas ‘tou na rua como um cão rafeiro
e não acabei, quem tá comigo tá
os que não estão caguei, então bazei
[verso 4: l*ali]
o que se passa por cá
um ressacado, meio fumado
pinta de freak, flow parado
mas isto encaixa no beat
freak da passa, fraco da piça
de facto ele improvisa
mais do que o jesus para a taça a fazer equipas
eu, não arranjei uns picas
gastei o dobro nas birras
só para ver se fico louco
e trago lodo nas dicas, sim
divago um pouco, rimas são como coca em narinas
quando dou uma, querem mais, overdose em linhas
quando a dose é nociva
a apoteose é invertida
por isso não tenham mais narinas que barriga
e quanto ao que se passa por cá? hmmmm
tirando o rap, eu nada tenho
só ele me tem
desde que o rap me tem
‘tou meio refém, tornei*me quem
é mais conhecido por l*tá*se a cagar
vim ao bairro só para quinar
uns quantos neurónios
tive objectivos, nunca alcancei o irónico
mais um dia nisto, não sei porque acordei
tento rir, mas no fim só tentei
só quem tem razoes para acordar não mostra desdém
falei com deus e mesmo assim ateu fiquei
ele não me convenceu
permaneceu uma desculpa quando a merda vem
merda vai, bem vindo ciclo
a vida faz a digestão, e vives num intestino
eu venho da sargeta, sim, orgulho*me disso
esgoto os complexos com a caneta
isto regula*me o juízo
com weed no pote, a ver que uma b*tch pode
fazer mais filmes que o alfred hitchc*ck
[verso 5: critiko]
é ‘pa falar do que se passa por cá
mantenho os pés na estrada
com a ambição de lá chegar
a rima acompanha*me porque facilita o processar
se a bebida estranha*me, meto banha no compasso
vejo a vida em chamas por tocar, onde passo
não vejo a sina em camas
porque isso é andar para trás
escavar a própria campa
é conformar com o que se faz
não vou aterrar na rampa, vou voar
não vou atelar na lama, vou queimar
quem põe pedra no caminho
vai ver quem passou por cá
ramos viraram troncos
a cinza criou a árvore
é uma explosão lenta sem pressa ‘pa lá chegar
é o que se passa cá
é uma fusão quente sem alimentos ‘pa agradar
com uma função inerente à vontade de ir tibar
logo não faço por guita, nunca
é o que se passa por cá
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