por dentro - uno (pt) lyrics
[verso 1]
a viajar por dentro da máscara
da pele do mapa da capa do papel de uma carta
e o pesadelo? não vivo
imóvel congelo numa arca e ganho raíz quando não me lembro da data
membro da via láctea
entre um cyborg e um velociraptor
o som não se propaga mas oiço quando a voz se adapta
cabeça de cristo, peste siddharta
corpo de ganescha, a fusão da alma à luz das estrelas
jah rastafari ‘tou a acendê-las
e a viajar por dentro sou o que sou por fora
não me agarro a nada a não ser ao que sobra
entro sóbrio e alucinado entre mãe e sogra
como um crente ateu com picos de corrente
depois fico indiferente
cabeça de vento à espera que a brisa chegue
concordo com o princípio mas sinto o exagero
sete ofícios sem emprego
se no princípio era o verbo vou empregá-lo ao serviço da lei intemporal
obedece. não é tarde nem cedo
qual é a causa do mal? se perguntares vem sempre
esquece a galinha e o ovo, pensa em preto e branco
e vai perguntar à zebra qual surgiu primeiro
ou qual fugiu primeiro
vivi os dois lados da vida mas nunca ’tive inteiro
[refrão]
a viajar por dentro da máscara
da pele do mapa da capa do papel de uma carta
sem destinatário, debaixo da camada
agarro-me à cama que voa só de raiva
do glóbulo ao globo com raízes cheias de nós
uma marcha ao som de uma canção proibída e os deuses aqui variam
o meu organismo acredita que eu não hei de viver muito
[verso 2]
põe-te no lugar do outro e cede o teu
conduz sem co-piloto, só podes circular por dentro
-ssumir por fora em horário n0bre
orai pró n0bis contudo dente podre
este lume acende pouco e o speed não dá chama
tira-lhes o tempo e vê como eles se amam
tira-lhes os dentes e vais ver que até se mamam
a viver o presente com uma câmera a comer com halogramas
(‘tava boa a refeição?)
levam-te à boca o sabor…
o prato do dia é guita, a bebida é o suor
já trabalhas melhor?
parte-se os galhos e o menor
é o que faz o trabalho de cor e de cor
quero aceitar mas não consigo logo
dentro das prisões procuravas psicólogos
mas consegui subornar os dois sócios que te guardam aqui
já nos vemos no próximo infinito
episódios de furagidos de ambições supérfulas a boiar num rio
sem pressa
como pétalas e espinhos de todas as flores da terra
e eu rio
[refrão]
a viajar por dentro da máscara
da pele do mapa da capa do papel de uma carta
sem destinatário, debaixo da camada
agarro-me à cama que voa só de raiva
do glóbulo ao globo com raízes cheias de nós
uma marcha ao som de uma canção proibída e os deuses aqui variam
o meu organismo acredita que eu não hei de viver muito
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