estrela ou meteorito - uno (pt) lyrics
[verso 1: uno]
estava naqueles dias em que me apetecia sofrer
mas estava tudo bem
nem sequer conseguir deixar uma letra a meio
fiquei em casa à noite e fiz o que fiz de dia
estavas na rua e liguei-te: “meu mano, tens visto a rita?”
“ya mano, estava com outro mano, segue a tua vida”
antes punha-me fodido
mas hoje isto inspira-me ainda mais
sem ser trágico
penso nela com outro gajo
a aprender com os erros
e eu sou esse p-ssado
e ainda hei de o ser
adoro abismos
nada a ver com suicídio
imagino o último dia
será o primeiro que vivo
nunca extrai nada dos livros
só conteúdo emotivo
digo: meus putos alternativos
revolução não será comigo
estou caladinho num cantinho quente
penso “serra acima”
depois do joão me servir aguardente
aborta a missão
hoje a família não vai ter de se mexer
há comida e há matéria
tudo o resto é a ambição de sempre
um dia vou deixar de procurar constantemente
o que não sei o que é
se não der vai ser segredo
mais um velho lamechas
que tem de se conter e aceitar
determinadas regras para continuar
quero pensar que ainda estou novo
deixei de acreditar em pares aos 22
faço contas malucas
sem guita para disfarçar a loucura
sou uma estrela
obedeço aos anos luz antes de me verem
[refrão: meraky]
a que frequência vibras tu?
gira-te desse mundo
se não é fecundo para ti
somos oriundos do início e do fim
constantes contradições que se completam, enfim
vagueio no meio
não tenho receio de cair
se tudo o que tenho
e se não me amanho
serei mais uma ovelha no rebanho
[verso 2: uno]
os poucos movimentos no liceu camões
deixaram-me a cara marcada
hoje volto lá e distribuo fumo à balda
porque já não é só lata
perdi o medo todo
ou seja, consigo admitir quando me encolho
são leis, uma é minha causa
nunca deixar que uma opinião esteja isolada
se fores emigrar lembra-te da tua língua
manda a carta de despedida
p-ssa a fronteira onde a saudade finda
a revolta está avançada
o mundo rebola, está a dançar
ou é um bowling sem garrafas?
não há dedos para apontar
quando houveram nem estavas na barriga da mãe
acho que não fazias falta
então muito menos agora serei o porta-voz da malta
andam pouco amorosos
a pôr os dedos no nada
a escrever para matar
e não sabem quem
se o que faço vai bater
é sem magoar ninguém
[refrão: meraky]
a que frequência vibras tu?
gira-te desse mundo
se não é fecundo para ti
somos oriundos do início e do fim
constantes contradições que se completam, enfim
vagueio no meio
não tenho receio de cair
se tudo o que tenho
e se não me amanho
serei mais uma ovelha no rebanho
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