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dançar à chuva - tilhon lyrics

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[refrão]
sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

[verso 1: cota]
tropa ‘tou farto de lamber a ferida
caí de pé sem estar a pensar nas sete vidas
olho por olho e o mundo ficava cego
carreguei a minha cruz pelas avenidas
como jesus levei e dei a outra face
com a mesma vontade de quando um homem nasce
calado no meu canto digo tudo sem uma frase
sou eu a sombra e a vida num ménage
mantenho a fé sempre que a parada aumenta
a alma é forte quando o corpo não aguenta
tropas depositam confiança na água benta
depósito só em mim desde os oitenta
tenho olhado mais para mim sócio do narciso
sou do tempo do conta comigo se for preciso
poucas opções a viver no improviso
tive amigos que bazaram sem deixar aviso
estive em lugares errados à hora errada
vi o meu futuro barrado logo à entrada
atiraram-me aos tubarões e a gritar (nada)
tropas na altura eram como família sagrada
estou a tentar não me afogar nesta água turva
deus no céu nós na terra a pôr óleo na curva
se a esperança morre a vida fica viúva
se a tempestade não parar eu vou dançar à chuva

[pré-refrão]
yah
eu vou dançar à chuva
se a tempestade não parar eu vou dançar à chuva

[refrão]
sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

[verso 2: tilhon]
amizade não tem dress code
mesmo sem ser de sangue
tenho amigos fora do gang a quem lhes dava a coroa
vida obrigou-me a dividir com muitos poucos o pão
pois não se guarda gratidão em vulgar pessoa
levanto o dedo e deixo aviso o meu primeiro piso
calcei no dia em que o diabo perdeu a sua bota
não tinha a mão na consciência mas sim um pé na argola
e duas mãos atrás da cabeça depois de um pé na porta
como é que eu era de bom tempo se o clima era cinzento
e ao meu lado melhor amigo era manda chuva
havia sangue no pavimento, o negócio era ao relento
e eu lá tive que aprender a dançar à chuva
prefiro a minha alma cheia do que quilos na mochila
e o coração na mão (oh yeah)
um sorriso na plateia calma puto charila
ainda vai no adro a procissão
desde back in the day quando o bom rap realmente tinha fiéis
e sem nenhum padrinho
desde que era de obriga na rua rap em altos decibéis
e cheiro a rosmaninho
encontrei a felicidade na coisa mais pequena
tudo ficou minúsculo depois de me abrirem as algemas
‘tou fechado no meu canto mas não procuro velhos esquemas
só quero dar à família razão para novos temas
eles querem que eu vá (boy)
já c-mpri minha pena
um filho que me honre como pai
quero sentir essa drena

[refrão]
sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

[outro]
ai eu não devo nada a ninguém
ai eu não devo nada a ninguém
não não

sei que me apertas os calcanhares
enquanto esperas que eu caia
dizem que a areia é demais
mas ainda faço castelos na praia

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