clássico - tallmid lyrics
[intro]
isso é tallmid
ouça com o cérebro, irmão
e sinta com o coração
[verso]
entenda, que minha face jovem não te engane (hey)
não subestime!
maduro o suficiente pra expressar o que é sublime
eu tô mais focado que canon, sóbrio como poucos
se embriagam com mentiras e vão tudo pro calabouço
só papo reto no meu rap, como tiros de fuzil
nada oscilante tipo “ready or not” de lauryn hill
abri os olhos pro sistema ouvindo gabriel e bill
e só deus pode nos julgar nessa pátria que nos pariu!
esse é o brado da ovelha negra, seu pasto já não me engana
sem mic pus tanta essência que me ouviram do ipiranga
meu coração era composto por 50 tons de cinza
até que o fruto do rap veio e espalhou a tinta
reconsidere e coloque a praça seca no mapa
porque essas linhas só são soco porque eu dei a cara a tapa
pros mc’s que causam morte, eu desmascaro e quebro a foice
sou luz do vale das sombras e pus “morte” no death note
meu drinque exótico sem álcool é tempestade em copo d’água
tô ingerindo meus problemas transformando tudo em nada
me preocupo com os ouvintes, sem eles sou uma piada
e acabei com o caderno só em uma madrugada
escrevi enquanto andei e ainda vou chegar longe
se me faltar papel, uso a linha do horizonte
eu naveguei nas emoções do peito frio de quem se esconde
componho com coração porque bebo água da fonte!
trouxe alimento saudável pra esse monte de abutre
livre como o máskara, aí, “alguém me segure”
não me denomino brabo, eles que me denominem
alguns já me demonizaram, que meus raps os dominem
somos organismo vivo, cada membro uma importância
vocês amputam o hip-hop com o estilete da ganância
sigo sacerdote hebreu, da antiga aliança
pés descalços, independente da altura que a mente alcança
enquanto a gente perde tempo causando treta nas faixa
nas faixas desses asfalto a vida ainda tá em baixa
é conteúdo de progresso que eu tô jogando nas caixas
na favela, a mãe que chora grita pro filho: “abaixa!”
eu tô fazendo uma lista de quem torce por mim
depois que coloquei meu nome, a lista chegou ao fim
aprendendo com os tropeços, porque sei de onde vim
na panela que eles formaram eu acendi o estopim!
os cara fica impressionado, eu não sou escravo da roupa
uns tem valor pra comprar nike, outros nas palavras da boca
se eu fiz isso sem tempo, com tempo o que eu faria?
o nome disso é foco, como marechal diria
me sinto na distopia “admirável mundo novo”
onde quem dá salário mínimo é quem ludibria o povo
e se der mole, teus filhos nascem com entrada usb
pedro cardoso já disse: “não tem orelhas na tv”
o que os jovens descobrem hoje? o uso da genitália!
e o kiko tenho a ver com isso, não ando com essa gentalha
na era da fatalidade, eu vim renascentista
só falo de corpo nu com a língua de um artista
em mentes quadradas, ideias novas não circulam
os que não têm opinião própria são os mesmos que rotulam
hoje pessoas nem fazem mais jantar à luz de velas
é o brilho do smartphone que ilumina a mesa delas
não tô julgando ninguém até porque eu não sou perfeito
nem uso um palavrão pra que isso aqui te faça efeito
sigo “invictor” da cabeça aos pés
é sorte em dobro, é papo reto, igual a aba dos bonés!
decifra-me ou te devoro como eu devorei os livros
tô clássico como a esfinge, hieróglifos do egito
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