equinócio - rodrigo diggs lyrics
equinócio lyrics
no olhar da dor, desespero me furta
poesia me alimenta e refaz minha conduta
sou ar do mar salgado que dissipa e desfruta
mas se o céu cair agora juro que havera luta
humanidade desumana que esgana sentimento
finge que ama, cuida do ego e acusa a todo momento
fora já preenchido, dentro impera o vazio
destroços de ambições gritando no interior e fingindo alívio
minha vó para na imagem do santo, pede proteção
pega o terço na mão, força são damião
enquanto o meu tio pega o oitão sem razão
usa a droga de cada dia, pra alimentar a tensão
vazão de desejos que delimita sensação
realiza os almejos de uma vida sem sentido
sentindo a vingança como uma doença
elevando a tristeza à uma dor intensa
a áurea de esperança que nos rodeia
já perde a sua força na luz que não mais clareia
e o que há aqui? onde foram parar as placas?
as faixas? os sinais? as ideias e os ideais?
tamo vagando sem saber pra onde ir
sem ter alguém aqui pra seguir, referências pra sentir
o sol se esconde e teme a escuridão
o universo pede a luz, e um só caminho nesse vagão
“e o que custa tentar?” é o que dizem
se não há pelo que viver, a vida é apenas um teaser
fiascos de sonhos que você carrega
disfarça a desesperança no sorriso sem graça
não existe aplicativo pra localizar o amor
mas que ele tá perdido, disso não resta rancor
a dúvida te regenera, leva um preço a pagar
a certeza corrói pela discórdia de duvidar
sentimentos, raízes de um momento eternidade
descobrindo tesouros na força dessa insanidade
às vezes me vejo sem a poesia, olho pra agonia
e sinto apenas agonia
desertei sem ter pelo que sentir
se deus me fez assim, irmão, a minha essência é essa aqui
eu não busco privilégios e nem sacrilégios
não confio no louvor do homem que aplaude na frente
mas me mata por trás, destrói a paz
promove a guerra e tira a vida dos vivaz
esconde num aperto de mão, cumplicidade
mas com interesses alcançados destrói qualquer liberdade
entre o céu e o inferno é onde estamos
terra de ninguém, onde todo mundo é insano
‘engole o choro, digere a dor
não adianta lamentar, tio, se você nunca deu amor’
então viva, jogue as cartas na mesa
acusadores acusarão, tem que aceitar com franqueza
no equinócio da primavera a chuva vem certeira
trazendo o frio gelado do suor da s*xta feira
libertinos feridos, por atos constrangidos
um bemol de atitudes, de maus entendidos
cada história traz a fé de uma luta desigual
sem mais, sem menos no medíocre real
sinto o peso dessa solidão
vivemos entre irmãos, mas só nos causamos divisão
se você não errar na vida, não há o que recomeçar
se não há mais alegria, busque na força do pensar
e hoje eu só queria morrer pra poder matar
mas eu só tenho uma vida e devo ela a quem me amar
e o que te resta nesse corre é não seguir seu coração
se correr o bicho pega, e se ficar o bicho cega
então fica e luta cego mesmo irmão
mas não desista da sua vida
às vezes eu acho que tudo ao redor é atraído pelo que temos por dentro
o mundo pra nós exala o que somos pra ele
tipo um espelho, saca? que devolve o que lhe damos
os sentimentos têm o poder de nos construir e nos destruir
sentir também mata
estamos sentindo sozinhos o que não cabe no nosso peito
quantas vezes você perguntou se alguém estava bem e de fato se importou com a resposta?
quantas vezes você abraçou forte alguém sem motivo?
quantas vezes você sorriu com sinceridade pra alguém que já tinha perdido o sincero sorriso?
e quantas vezes você poderá fazer tudo isso a partir de agora?
todos nós estamos sofrendo, então vamos cuidar uns dos outros
só amem!
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