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fim do começo - papamike lyrics

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[letra de “fim do começo”]

[verso 1]
tava na contramão, sem noção da alta velocidade
acordo da psicose de um sonâmbulo
por osmose, acho a dose certa, o local da cidade
do hospital, corto sinal vermelho, especulo
no retrovisor, não vejo os carros da confraria
sem perseguição, que pena, na rua são aprendizes
pontada de dor, lembro do ombro com hemorragia
zombo do nerd, virou o tatuador das cicatrizes
reconheço que ele não quis me quebrar
só usou uma carabina puma .38 de precisão
meus ombros são escombros com mais bombas que bagdá
radioativo, nuclear, é meu sangue еm erupção
vi confusão na saída de um show de uma cantora
puxo o frеio de mão, vejo segurança contra uns loucos
sangramento espera um pouco, já chego de voadora
não posso perder a chance, jhow, de trocar uns socos
ninguém entende o cara que desce do opala ensanguentado
uns repreende, isso é capeta, que gigante ignorante
ele espanca quem tá na frente, dá socos pra todo lado
tira uns trocados, vai na banca e compra um refrigerante

[interlúdio]
ele tá olhando pra cá, finge que ‘cê não tá vendo, zé
com o demônio não se faz contato visual, zé
corre, véi, ó, é o king kong, zé, corre, corre, corre, é o king, corre, carai
[verso 2]
continuo na caminhada, dos ofícios são os ossos
que eu quebro na porrada, depois tomo coca*cola
quebro a dieta, comemoro, senão teria remorsos
sair no braço, revigoro, isso não rola a qualquer hora
falta apenas cinco quadras pra chegar no hospital
cara de mau, curtindo som de joão carreiro e capataz
vejo um cartaz, anúncio de pão de queijo promocional
por três reais tá bão demais, pra descer eu peço mais
morto não faz dieta, então a meta é comer mais
peço quinze, no inferno deve ter nutricionista
ouço alguém gritando: “sai desse corpo, satanás”
onde arrumaram nessa hora um padre exorcista?
pago de satanista, hull, levanto da cadeira
o padre sai correndo, não viu que era brincadeira
ouviu alguém falando: “esse é o king kong do opala”
eu virei tema de rap que um tal papamike fala
o cara diz que é meu fã, que eu sou um novo justiceiro
“king kong é o frank castle na versão negão mineiro”
um pagodeiro com um tantã faz batidas de macumbeiro
e canta uns sons de rap, paranoia, pesadelo
uma atendente cínica na clínica do hpm
pergunta: “o senhor é pm? tem convênio ipsm?”
não conhece minha história, só pode ser de hong kong
me apresento, sou sargento nascimento, king kong
que porra de som é esse? eu tô sendo confundido
“e essa cicatriz na testa? e esse sangue de bandido na roupa?”
cala essa boca, não paga de iludido
esse sangue é do meu corpo, olha meu ombro fodido
tô indo pro hospital que fica na antônio carlos
se for no bh, eu passei lá, tem vários carros pretos
fiquei com medo daqueles cara esquisitos
filhos da puta ‘tão na arapuca, o nerd é aparecido
por isso, não teve perseguição
ahn, sabia que, depois do ringue, vou pra operação
esse cara falador acha que eu sou robocop
observei sua camisa com logo’ de pet shop
escrito “veterinário”, pergunto: “já fez corte
hein, cavalo manga larga ou animal de grande porte?”
dá risada, o camarada se ofereceu em sigilo
vai operar um animal com três dígitos de quilos
esse é o início fictício, novo hospício na jornada
o king rumo ao precipício, pois seu vício é vitalício
noticio o sacríficio, malefício em temporadas
recrutadas novas caras pro exercício do ofício
[saída]
hahahahahahahahahahaha
hahahahahahahahahahahaha

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