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olhos de lince - navalha lyrics

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tá mais que visto que navalha vai de negro só podia vir do montijo
então não vou pedir com licença só pra me sentar à mesa com todos esses og’s
vês que o que me sai da cabeça no fundo são certezas do quanto nasci pra isto
então não quero ouvir conversas sobre como atravesso qualquer battle com um mc

mano eu venho duma labareda
daquelas que só deus acende, ya
forjado no ventre, criado entre paredes que mostram a forma do universo, ya

não quero ouvir “há concorrente!”, ya?
sou o mais quente se o assunto é letras
é que eu não me entretenho com o vosso entretenimento
pra mim vocês são só rap ca mão na penka a arrependerem*se
de terem lançado um repto só pra poderem vender*se
no fundo são só wacks que nunca respeitaram o berço
eu percebo também quero cheques, não me perguntes o preço
que eu passei da liga c para “olha ali o vai de negro!”

corta

fiz da mandíbula currículo o lince lançou*me e eu assumi o risco
um og que disse “o mundo é difícil, luta por ti, o resto é bullsh*t!”

ca mira numa placa de rua (deus disse)
caminha trabalha e procura
que a tinta que salta é escura
a vida da faca não dura
e a sina que assinas é cura

a vossa rima é por acaso
a minha escrita é pura classe
sem critério de qualidade medem sucesso por polegares
a minha escrita é por hectares tou*me a cagar pós likes

se é pra beef é mal passado o meu nome nos cartazes honestamente já faltou mais
não dá pra medir o meu trabalho a cota disse eu sacrifico*me pra brilhares
já chega de mudar de ares como quem muda de d’addario
que eu não vim pra ser amigável quanto mais pra ser amado
coca ao lume, eu fico crack nisto quando?
jaws é cardume, confortáveis nesse meio
é só perfume, a dar de cheirar à plateia
eu trabalho tanto que os air force brancos já parecem black dunks

esse dente com que bytas é assédio no que rasgas
e essa fé com que ages é miséria onde arrastas
essa merda que tu escarras é raia se chibarem
quem te escreve o que embaraças nunca precisará de mordaças

eu vim duma casta à qual tu nunca te comparas
e se ameaças dares à costa sou o primeiro a espetar farpas
nunca pedi muito só um bicep para essas barras
desde puto casca grossa pra sempre davis como a kara

eu tenho barras pra dias tu demoras dias pra uma barra
se é pra vir pó tiroteio sou em quem traz a faca
não vês que é a chama imensa que alimenta um gajo
e a tuga a perguntar “como é que ele explodiu se nunca cheirou a gás?”

eu não dou concertos, eu dou banhos de sangue
o meu modus operandi são, corpos boiando
f*ck eu sou, metade ls metade ms
estavas à espera do quê g? que um gajo não fosse flawless?

a minha musa é música e nisso ela me usa
de capuz em capuz eu matei*vos numa disputa
deduzo que o uso que dou à caneta é dúbio
sou quem cruza num dilúvio não há dúvida
escrita é húmida como a última que me passou no
sono em uníssono num coro de miúdas
numa cúpula a culpa pertence a quem te educa
nem é plo auto tune é pela falta de conteúdo

porque a cultura deles tem um c com dois traços
e eu não sei se se vendem por euros ou por centavos
hits de verão, depois mudam de pele, cascavel bro
vim visitar o inferno, então, h*ll… o

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