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vontade de poder - lau god dog lyrics

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[letra de “vontade de poder”]

[refrão]
tu acreditas, segues, cumpres tudo o que impede de ser
eu vivo como um cão faço o que quero quando quiser
enquanto escrevo na sensação de que nunca vou morrer
e passo com olhar de macho e com o charme duma mulher
eu mergulho na verdade
tu só procuras parecer
tu tens força de vontade
eu tenho a vontade de ser

tu queres chegar a um lado
cheio de querer e de força
eu só fluo como um rio
e um rio nunca se esforça
vejo muita qualidade
muito hino à liberdade
mas com banhos de mentira muita alergia à verdade
ostentação, vaidade
muito pouco a querer ser ele muito a querer ser do agrado
dói*me a cabeça e a idade
mas eu crio sem maneiras e a dor é dor de parto
tu segues as brincadeiras toda a vã b*n*lidade
eu só destruo as fronteiras a esta genialidade
à parte…
que o que é novo no mundo nasce na marginalidade
que o que é novo no mundo nasce na marginalidade
que o que é triste e profundo dá luz à grandiosidade
quero é criatividade
que se fodam termos credos que limitam toda a arte
trap hip hop e r&b
não podes ir aos duzentos so podendo andar de kart
nao podes ter andamento se so queres é tar parado

[verso 1]
não podes viver momentos se ainda é cedo e já tarde
eu com criatividade
eu com criatividade
eu com criatividade…
eu com criatividade duma cria criancinha
ou dum esquizofrénico que não bate bem da pinha
mas que vê muito pra lá do que a cortina continha
eu escrevo e na criação criarei uma cria minha
minha mente ou da sua grande parte inconsciente
dirigente do que se sente culpada quando se mente
presente em todo esp*co mas sem esp*co, inconsistente
centrada num ponto vago que faz raio com o pente
corta rente e voa alto
olha a montanha e esquece o palco
corta rente e voa alto
olha a montanha e esquece o palco
corta rente e voa alto
olha a montanha e esquece o palco
corta rente e voa alto
olha a montanha e esquece f*cking palco
uma mente vagabunda que nasce para a criação
que só pode ser fecunda depois da destruição
só crias na cova funda do que arrancaste do chão
e só se ergue quem se afunda, quem se funda e ergue a mão
tenho parecenças com pessoa, geniais e dementes
só que os meus heterónimos fazem coisas diferentes
a verdade é perseguida mas persegue os pacientes
e transforma dores antigas em ideias recentes
tu dizes que eu sou várias caras e não sabes o que vês
e que não sabes quem eu sou. e sabes menos o que és
dizes só ter identidade, uma só cara, uma razão

[verso 2]
eu não tenho identidade, sou fruto da intuição (tu)
tens a pedra tens o traço o café e o bagaço
muita gaja tens melaço só que só na tua boca
eu tenho o acto e tenho o passo, a energia e o cansaço
enquanto falas eu faço só que sem abrir a boca
nah, eu sou bom n*gga
tu és a auto*bajulação
e lambes tanto o próprio colhão que não vês que te cai ranho
tu não és cão nem és leão, podias ser homem mas não
és de narciso um embrião, és só um gato a tomar banho
tu enfrentas*me com raiva eu enfrento*te com calma
e é essa serenidade o que suga a tua alma
tu só escreves sobre ti, manda fazer uma estátua
precisas tanto de soprar por a tua chama ser tão fátua (bora, bora)
sai daqui, leva essa vida, eu não quero normalidade
eu quero poesia e ansiedade, eu quero dor eu quero pecado
eu quero causar na vossa pele o arrepio desta diferença
e ver sorrisos, lágrimas e ver inveja e ver descrença
mas não quero essa apatia de uma vida cuja vida foi chupada
eu só quero essa magia e essa vida de uma vida extasiada
tu transmites apatia e sugas*me a energia
numa vida que nasceu já meio cansada
tu estás pr*nto para a velhice, estás pr*nto para a lentidão
eu ‘tou pr*nto para a palhaçada
podem vir atrás de mim ou ir atrás do que eu deixei
não serão nada do que eu fui nem amarão como eu amei
tu és igual a toda a gente, eu sou igual a ninguém
não há nada que faça mal, não há nada que faças bem
e o ódio que me tens é o amor com que te pago
e o pódio em que me pões é o valor de que me gabo
mas nem me gabo eu só acabo tudo aquilo que eu começo

[verso 3]
eu nem te digo eu só persigo tudo aquilo que desconheço
eu nem converso eu só disperso até me atingir o sonho
e no que faço não há espaço para mais do que lá ponho
que eu arranco e nunca tranco o coração destas costelas
e inspiro e expiro a toda a força contra elas
e se sinto no meu peito tudo o que aqui aconteça
é porque tenho o universo no coração e na cabeça
enquanto busco a verdade tu queres ser admirado então persegues irado e desesperado
admiração
e nessa imagem de coitado repetes o velho e o cansado
e o que parece abençoado e chamas*lhe inovação
mas tu és uma cassete e o barulho de uma retrete
tem mais encanto na descarga que as balelas que tu lanças
dizes o que parece bem dizes o que parece mal
dizes tudo o que é igual, mas nunca incorporaras mudanças
cansas*me o espírito
(com moralismo e idolatria)
cansas*me o espírito
(com tanta merda vazia)
ou te gabas de ouvir tupac ou te gabas de ler kant
achas*te génio por conheceres aristóteles e platão
mas és um burro de merda isso é repetição e canto
e eu não leio por cultura mas pela compreensão
e por isso ideias novas nascem da minha cabeça
semeadas por gigantes em cujos ombros estou sentado
e por isso lês ou citas kant para dizer que tens cabeça
e eu leio ou cito kant para explicar que ele está errado!
eu não sou abençoado mas disse*me um cartomante
que o destino está guardado para quem é louco e delirante
eu sonho alto cá do alto, mente empática e pensante
sou insensatez sensível senciente e saciante
insaciável sou levante

[verso 4]
(levanta a vida que há em ti)
insuportável és pedante
(e dante viu o inferno em si)
por isso olho para dentro e no mais escuro que há em mim
acendeu*se toda a luz, ligou*se o corpo em frenesim
vocês são todos ridículos com valores e moralismos
a confundir o que se pensa com falar
eu não sigo as vossas escolas prendem pássaros em gaiolas
mas eles nunca vão deixar de querer voar
sempre que tens o ego grande é porque ‘tá inflamado
eu tenho sempre o ego grande mas ele nunca ‘tá inchado
tu és ridículo porque fingido, personagem ficcional
eu sou medroso e imperfeito, consciente e natural
tu persegues tu procuras tu ostentas não és lau
eu exprimo, eu expresso
eu expremo e experiencio*me no tau zau…
tu não conheces o silêncio
não mergulhaste no vazio
e procuras parecer quente
porque sozinho sentes frio
tu procuras encontrar
o que o preencha mas persiste
eu digo eu muitas vezes mas o meu eu nem existe

[refrão]
tu acreditas, segues, cumpres tudo o que impede de ser
eu vivo como um cão faço o que quero quando quiser
enquanto escrevo na sensação de que nunca vou morrer
e passo com olhar de macho e com o charme duma mulher
eu mergulho na verdade
tu só procuras parecer
tu tens força de vontade
eu tenho a vontade de ser

tu queres chegar a um lado
cheio de querer e de força
eu só fluo como um rio
e um rio nunca se esforça
(climax, solo)
eu estou sempre no começo
e vizualiso a vitória
eu e quem eu não conheço
andamos atrás da glória
mas nunca ordeno, nem peço
infiltro*me na tua memória
tu estás na estrada do sucesso
eu estou na estrada da história
um dia, que eu não verei, alguém vai vir chegar e ver
tudo o que digo para além da intenção
um dia, distante, mas certo, vão olhar e entender
que tudo, na minha escrita, é perfeição

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