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negação - lau god dog lyrics

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[letra de “negação”]

[verso 1]
eu não quero mergulhar na água escura da desgraça e de melancolia
ir pela corrente de sangue na praça que, escandalizante
pára de fluir
eu não quero que os meus sonhos sejam bolas de sabão
que mais ninguém verá
dissipados entre ideias vagas que por adiadas já não estão por cá
eu não quero que a minha desdita seja essa vida tão desinteressada
e desinteressante dos desinteressantes
que são interessantes por não serem nada
eu não quero que o tempo me fuja
e que a morte surja depois da desgraça
que, arrependida
minha alma sofra pelo desperdício da vida que passa

[refrão]
eu não quero que a fragilidade da velhice chegue
e me separe do mundo
nem que a idade me roube a memória
e me silencie este pensar fecundo
eu não quero que a morte me ganhe nesta luta injusta
que é saber o fim
deliro a sorte em que vida ou morte me tira os sentidos
me rouba de mim
pediria aos deuses, algum ouriviria?
por misericordia, deixa*me ficar
sendo a morte aquilo de que ninguém escapa
por favor deixa*me voltar
não me assusta a morte curta e extasiante
sob a qual se verga todo o ser, submisso
mas o esquecimento depois do *rg*smo
um último rasgo sem escrever sobre isso

[verso 2]
só sabemos o que é ser adulto
quando a vida obriga a ver a condição
como só soubemos da adolescência
quando a nossa infância nos tirou do chão
se só o velho sabe o que é ser velho
sentindo o abraço quente e frio e terno
da morte que rasga a vida inacabada de um ser
que gagueja a fala do eterno
mas a morte só silenciada tem algum sentido
ninguém a sofreu
e só deve ser pr*nunciada sem ser com piada
por quem já morreu

[refrão]
eu não quero que a fragilidade da velhice chegue
e me separe do mundo
nem que a idade me roube a memória
e me silencie este pensar fecundo
eu não quero que a morte me ganhe nesta luta injusta
que é saber o fim
deliro a sorte em que vida ou morte me tira os sentidos
me rouba de mim
pediria aos deuses, algum ouriviria?
por misericordia, deixa*me ficar
sendo a morte aquilo de que ninguém escapa
não me assusta a morte curta e extasiante
sob a qual se verga todo o ser, submisso
mas o esquecimento depois do *rg*smo
um último rasgo sem escrever sobre isso (sem escrever sobre isso)

[verso 3]
e enquanto cedo ao desespero
não pára o meu sangue de correr nas veias
e enquanto temo e desespero
vai correndo o tempo por entre as ideias

vai correndo o tempo…
vai correndo o tempo…
vai correndo o tempo…
por entre as ideias…

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