ficheiros 2 - kano kortado label lyrics
[letra de “ficheiros 2”]
[intro]
a yo, família, what’s up ?
isso é ficheiros, material extremamente duro
verso 1: telepatia]
yes, yes, c*b*j*r
rasga*se o véu do topo à base
p’ra que o mundo saiba que é real
não se confunda o dilúvio com um mero temporal
quem não compreende leva à mal, é natural
socialismo utópico ? sempre fui mais um realismo social
é habitual a mãe dizer que não sei gerir emoções
então tenho estado a ver como digerir razões
teocraticismo a rir de intelectuais de citaçõеs
daniel sempre еsteve confortável entre os leões
na turma de adultos desde cedo
miúdos que servem a mera manutenção do contingente
não metem medo
nem há espaço p’ra eles no enredo
cobiçado mas não sou culpado
estou ocupado a querelar com magistrados
descalce os pés filho, porque esta terra é santa
rappers querem ser poetas, eu sou um poeta que canta
tenho um metro que espanta qualquer técnico da escrita
assopro o nariz da nova escola e ela ganha vida
puro iluminismo, abro a boca e sabem quem chegou
aos 15 a discutir neo*realismo com lopito feijó
não é p’ra vossa alçada, vocês discutem sobre quem matou
enquanto eu estou em teorias feitas por quem responsabilizou (o estado)
asiak quer dar o corpo ao homem branco
para demonstrar hospitalidade e fazer*lhe um encanto
mas um iglu é pequeno para dois machos
resultado, na manhã seguinte
um cadáver estendido num canto
h0m* homni lupus, tira o olho do meu gramado
perda é um descalabro
mas maus olhados não apagam um candelabro
sempre fui milagroso como jalue
se é em línguas de jogo que falo
claro que é duvidoso que me venhas entender
rendi reis e guardei a salvação lá em casa, baza
estou a mediar o diálogo entre maomé e jesus em gaza
[verso 2: ikonoklasta]
ndengue quer saber: “porque estás sempre tão zangado?”
tempo é cada vez mais escasso e os lamentos reiterados
com descendente s’acaba o teu descaso
é tudo urgente e delicado, lutas com deus se necessário
e eu só vim vos ver, mas se tiver que ser
vos esventro e bazo, escapo impunemente desde 94 facto !
demarte pena sem precisar de punhos
no rap distribuo chumbo, só que o m foi no sumi e em cafunfo
não ‘tou no jogo, foda*se
qual é a piada de ter um messi no meio de tantos coxos ?
eu sou barça, ‘cês maquele do zombo
s’trapalham metem as pernas nos ombros
baliza aberta e vocês falham o golo
políticos, profetas, doutores, causídicos, atletas, cantores
entram nas merdas de alor, por medalha e louvores
não vocação, nem amor, pensam com a piça
vocês são predadores
uns roem*te os bolos, outros comem*te as filhas
de preferência as novinhas, depois se batem de vítimas:
“elas é que são bandidas” se gostaste dessa linha, ‘tás na mira
prepara a amputação, só te sobra a virilha
vai ficar escuro o futuro desses eunucos
filhos do mundinho, com manias querendo ser son goku
eu sou um cubo de rubik, tu és obtuso
brincas com “silindros” acabas com um cone no cu !
[verso 3: x da questão]
o x está na faixa, façamos um brinde
é um bom xé agora aguenta mas com o chá de caxinde
como a primavera árabe atentado na nguimbi
eu vim atender o chamado a estudarmos savimbi
nota: quem faz leitura sabe o que é democracia
e sabe que ditadura tem medo de autarquia
sabe o que é demagogia, o que é hipocrisia
e que tentativa de rebelião é heresia (x)
mas xé x não fala política
não uses um discurso musculado na tua lírica
quando a censura controla toda instituição jurídica
falar a verdade incorre em agressão física
não porque fere mas porque dói
acabas como martir se te armas em herói
e é esse retrocesso que me mói
porque eu venho p’ra ficar e rappers querem ser o foi
só por isso trago um verso daqueles
p’ra mostrar que eu sou desses que não é como eles
não sou de calça apertada que destaca a mara de ténis
nem calça larga que compara tamanho de pénis
sou o magma da mais profunda placa tectónica
uma arma como sars*cov2 e peste bubónica
anárquica, como a nossa estrutura arquitetónica
dinâmica na era digital e eletrónica
é o x o eleito se o critério é a excelência
porque eu dou vida ao rap e sentido à sua existência
e letra com relevância não encontra resistência
escrevo contra a ignorância, canto contra a inteligência
o x é uma questão de segurança nacional
sem registo criminal, nem passagem em tribunal
não ‘tá previsto no código penal
mas o x com o micro é um crime passional
eles dizem que sou uma bomba
rappers sabem que foi por pena
que eu não lhes rebentei mais cedo
saio do rap p’ra kizomba
inversamente, mas pelos mesmos motivos que o c4 pedro
o j perguntou ao m se é homem com h de hernâni
para liderar o r.a.p mw*ngolé
mas até o kota e*manuel nguenohame
sabe que o x vem antes do z
vou cantar mai o quê ?
[verso 2: k!lla o]
quando entro p’ra guerra, adversários levantam as bandeiras
é a conquista em território nacional, p’ra além das fronteiras
sozinho contra vocês me sinto em superioridade numérica
mete na mente que perder não consigo, mesmo com inferioridade numérica
quando parece que tudo já foi feito apareço p’ra desfazer o vosso mal intendido
sou o problema em que o próprio problemas não gostaria de estar metido
vão gostar, tô a semar comer os rapper que vocês têm escolhido
é sabido, bombo deles molhou com pingos do suor do mestre tifufido
verso com tecnologia, trouxe o melhor ficehiro pros vossos arquivos
momento criativo, todos apredem e eu cumpro objetivos
o rap ‘tá vivo, vivencio isso no meu melhor momento
aumento a produtividade e me reinvento dentro do tempo
linhas que levam longe minha boca é uma transportadora aérea
p’ra quem cospe bactérias, tenho rimas explosivas tipo antimatéria
a flexibilidade da boca loca só obedece, quem quiser que proteste
é a mestria do mestre em retratos sonoros através da rima rupestre
meu rap ‘tá romper decibéis pré*definidos pelos teus ouvidos
textos bonitos, conteúdos nunca ouvidos, p’ra equalizar os ruídos
te dou oportunidade de nova vida nesse jardim de rosas mortais
com essa cirurgia mental, nem kimbandas fecham às minhas portas
sou a dor de bexiga a proporcionar um período fértil com novidades
tenho como prioridades conquistar antigas médias e novas idades
não vim ferir sensibilidades porque esses mimosos são sensíveis
incompatíveis com os meus níveis, pertenço ao grupo dos invencíveis
já me fiz um campeão enquanto eles lutam pela inutilidade das meias finais
sinais naturais que sou mutante raro, entre os mais especiais
apagaram às luzes no caminho sou puro, enxerguei no escuro
tô feliz porque no passado previ o meu presente como futuro
com os camaradas queimo na alegria p’ra celebrar novos dias
fazer croquis com novas vias, mostrar caminhos que não conhecias
tentas competir com a competência ficas com insuficiência respiratória
prepara a memória p’ra arquiba a glória da minha vitória na história
[verso 2: ísis hembe]
a realidade imposta aumenta o peso nas costas
pagas imposto e vês no rosto um aeroporto de moscas ? (o quê ?)
decides não ser embuste, basta de ser um bosta !
mas para que a polícia te fruste basta dizer: enconsta
tenha os documentos, não se faça de otário
ou dê gasosa, o documento que ultrapassa o notário
acho que o karma sobrefaturou o tarifário
no preparatório pro inferno não há quem faça páreo
as vezes reflito nos meus confrontos solitários
a áfrica é o berço pois se dorme com contos do vigário
não virá de repente um continente que a gente goste
é que o destino é bem diferente do fredy costa
por isso dobro a aposta com os meus punhos pro ar
alguém tem de acordar para gente continuar a sonhar
sei que ‘tamos ferrados, o cotidiano não esconde
confiamos em menicongos que eram só marimbondos
por isso o brown x deu*me o beneplácito de seguir os meus passos
dos que vivem para além do básico
então eu faço barras para o meu rap não ser flácido
e diluo a irrelevância como seu eu cusp*sse ácido
tenho de trazer o decoro do mia couto
num flow sanguinário para içar os poros do inamotto
o compromisso com a excelência não se pode adiar
prefiro tomar providências que caipirinha do azar
isso faz com que abrace o autoconhecimento
que descodifica o abraxas e dá*me discernimento
para mim, o vencimento vem cimentando no sentimento
experimentado por mente emanc*p*das e prudentes
a ignorância é inimiga, temos de liquidá*la
buscar o elixir vital como o felipe vidal
em voz alta vou exaltar o que te inspira a voares alto
para ires para além da íris e partires os sobressaltos
atrás vem gerações e a nós cabe o legado
de trava situações como as de cabo delgado
além das eleições a quem um estado é levado
há cabeças e corações em um estado elevado
de iluminação, então irmão, what’s up ?
como é que achas que as feridas irão sarar (como ?)
milagre não nos vão salvar
prazer, ísis hembe, o escrivão solar
i’m out
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