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a última faixa do ano - gil daltro lyrics

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mirando sempre o impossível
decepção não me bota pra baixo, ao contrario é combustível
sensível sempre que tô num ambiente que me abraça
de resto frio e calculista como um lobo quando caça

sociopata, acho que não
sou dialético. depende da situação
nunca mexo nos meus princípios
alguns observados desde que escrevi o estado de sitio

a música um vício, o vídeo paixão
me por em movimento nada menos que obrigação
oposição, geralmente sim
num mundo que só quer dim, prefiro tá do lado dos alladin

que não encontraram o gênio
mas que pra tá vivo e consciente usaram mais oxigênio
em busca do premio, que todo mundo aponta
só 1% tem, 10% tomam conta

o mundo é selva pra caralho
vários desesperado e a lei do mais rico impera nesse reino
olho ao redor e tá tudo errado
acreditam em deuses e levam a vida como se fosse um treino

tão esperando o t-tanic na beira do cais
tão esperando apenas o que satisfaz
via de regra não sai do lugar comum
tô resistindo, me p-ssa essas garrafa de rum

tô insistindo nisso porque a vida sem isso não tem sentido
tô insistindo pra me afastar do abismo
os risco de caneta são pra resolver as treta
sem ter que envolver beretta, esse é o meu maior alívio

recuso os comprimido, as injeção e a coca
meu organismo já coleciona vício de sobra
medindo doses pra não afundar em melancolia
viver é nada mais que dar um drible na morte a cada dia

refrão
eu sei
que nada vai mudar
mas eu vim pra conquistar o meu
mas eu vim pra abraçar o mar

andei
pisando sob o sol
naveguei por oceanos
em busca do farol

metamorfose ambulante
identidade em crise peregrina em meio a estrada digital
comida instantânea, informação instantânea
cê mal digeriu e já transforma a rede em tribunal

futuro é o p-ssado refletido num espelho
o dedo aponta e não toca a própria conduta
metade da humanidade de joelhos
2018 e ainda acendem fogueiras pra queimar bruxas

ando na bruxa mas tô tranquilão
tão vendo bicho e é só vegetação
emocionado mas sem emoção
alçando voos sem sair do chão

a liberdade do teu sonho não existe
programado pra se guiar por fetiche
por onde andei a base escolhida foi o switch
o que tentei foi contra o preceito que aqui persiste

não vim pra seguir a norma e aprendi da pior forma
que humildade demais também não presta
te fazem de plataforma, pegam impulso nas suas costas
mas pra dividir não te chamam pra festa

tão só filmando pelas fresta e rindo de cada tombo que cê toma
mal sabem que estão em estado de coma
nem sabem da vida embaixo da lona
não sabem o que é caçar a própria onça

não sabem o que é correr quilômetros com as próprias pernas
habitam a alegoria da caverna e sentem inveja
só olham o que foi apontado pela lanterna
o inverno tá p-ssando enquanto você hiberna

racistas com dilemas de calcinha e carteira
machistas que acham que o grito de dor é brincadeira
cristãos matando aqueles que amam fora do padrão
esfinges sobrevoam a terra em devastação

eu sei
que nada vai mudar
mas eu vim pra conquistar o meu
mas eu vim pra abraçar o mar

andei
pisando sob o sol
naveguei por oceanos
em busca do farol

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