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romance de autocarro - deau lyrics

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[intro]
suposições
toda gente já teve uma história destas
eu sei que já viveste uma coisa destas

[verso 1]
nunca falamos mas
conheço bem quase todas as feições
[?] e preenchem nas perfeitas linhas
que te contornam, minhas
quentes ou frias não interessa
só sei que tenho de sair à pressa
encontro marcado sem ser combinado
sem a mesma intenção
e ter leve conversa
e lá ‘tou eu, parece promessa
em frente à igreja
à porta de casa
o ritual habitual, ser pontual
na paragem à hora marcada
chego antes, como sempre
[?] escorre ao ver*te [?]
sedento por partilhar, apreciar
e poder aproveitar o momento
e tu atrasada, como é rotina
toda imponente a virar a esquina
no autocarro que se destina à boavista
entro com passo lento, passo a passo
e tento prender*te na vista
peço licença com jeito
[?] amor perfeito
de modo a que a musa inspire o artista
com o cabelo suave e incerto
olhar sensual e pele que fascina
pecado carnal que deus não desenha
e nem o diabo imagina
e [?] a tua beleza viciou*me a retina
imprópria como obra de pessoa
[?] goa, leva*me à índia
será que me tocas como eu te toco
sem contacto e se me focas
sem contar motivo pelo qual se toca ao ver
dois sentidos em ter*te por perto
longe de mim dizer*te que anseio
por meio de ter*te a sós
de ter*te
só por instantes, nós podemos funcionar eu sinto
mas a culpa és tu, sinto
porque me intimidas e eu minto
conto desinteresse em cada gesto teu
mas acredita, morra eu
se roma ao contrário não disser amor
se eu for vigário, [?] olhar por favor
olha*me nos olhos
eu estou a dispor o que sinto
por mais absurdo que seja

[refrão]
só te vejo assim
de modo bizarro
imaginar como beijas
romance de autocarro
só te vejo assim
por um reflexo de vidro
com o olhar embebido
a desejar estar contigo

só te vejo assim
de modo bizarro
imaginar como beijas
romance de autocarro
só te vejo assim
por um reflexo de vidro
com o olhar embebido
a desejar estar contigo

[verso 2]
mas chegamos ao ponto em que sais
sem um adeus, até já ou um até mais
[?] nunca chegaste a perceber
mas vou te dizer o porquê de eu ter
uma expressão triste na cara
em função de chegarmos a campo alegre
o momento da viagem que nos separa
e onde o meu campo de visão te perde
meu [?] seja diferente
como um indício da gente
falar os dois frente a frente
será porque tu nada sentes o
porque eu nada tenso
tímido por dentro
à espera que o tempo revele o que ninguém mostrou
[?] outro, já ‘tou louco
por querer tudo de ti
não se aprende nem um pouco
até [?]
tu chegas a horas [?] me olhas
sentada na ponta
convidas para o lugar vago ao teu lado
hoje está deserto o autocarro
[?] mas nem ‘tou interessado
nem sei quantas vezes quis estar aqui sentado
sabes meu nome, morada e idade
ex*namorada e a faculdade
pergunto*te como
fontes não se revelam
sim é verdade e nem me interessam
e confesso que já [?]
tropeça um acaso que nos deu um caso
teu pescoço agarro
lábio com lábio
guiados por instinto, sem astrolábio
passamos a língua
com aquela ginga
gemes*me ao ouvido e dizes que és minha
toque, arrepio
tocas*me e [?] sinto
por mais [?]
sentes que dispertam os indícios [?]
sa fodam princípios
encaixamos
se o condutor olhar pelo retrovisor
amor tu importas*te? não
dizem que o olhar contente
gosto desse teu rosto convincente
faz com que eu me concentre (mais)
sente, não pares
assim, aumenta, aguenta, dás?
dou
vens? vou
[?]
chegamos ao mesmo tempo
(ou! acorda! o senhor adormeceu, chegamos ao fim de linha. autocarro já chegou ao fim de linha, tem de sair daqui é a última paragem.)

[refrão]
só te vejo assim
de modo bizarro
imaginar como beijas
romance de autocarro
só te vejo assim
por um reflexo de vidro
com o olhar embebido
a desejar estar contigo

só te vejo assim
de modo bizarro
imaginar como beijas
romance de autocarro
só te vejo assim
por um reflexo de vidro
com o olhar embebido
a desejar estar contigo

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