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o n - deau lyrics

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[letra de “o n”]

[verso 1]
passos na lama de água benta
deus não abençoa, a gente inventa
se o grande perder o n, aguenta
não te preocupes, ele orienta
passos na lama de água benta
deus não abençoa, a gente inventa
se o grande perder o n, aguenta
não te preocupes
diziam: “orienta*te”, e eu sem barba para o ramo
na flor da idade, bala na roleta, roda a sorte
e faz o tambor tocar, meu irmão, tu aguеnta*te
não calques quem tеns ao pé na estrada
um brinde a quem a partida deixou saudade
e de alguma forma a memória ainda agarra
o que exprimo tem eco em todos eles
brincadeiras de mau gosto
*nheck* em sabor azedo e dá pesadelos
tanto mau*olhado faz cagar cabelos
e no entanto há quem fique careca com a merda deles
valha*nos deus, quem vá entendê*los?
mas vê como fica bem na foto o mau da fita
nada na beira do prato
aqui não comem para acabar modelos
toque de midas mata à fome
e a nossa cara nunca foi bonita
para quem deseja a nossa desgraça
que nunca lhes falte nada, sucesso
que eu não vou roubar nenhum dos meus
nem quem lhes pertence
quando não tiver em casa, confesso
cresci no meio da correria, e se arrefece
não é fácil manter a passada, nada
mano, eu vim mexer na merda, larga
não quero nada de mão beijada
[refrão]
levanto a cabeça, garganta no fio da navalha
cartas na mesa, não tremo, e o frio corta*me a cara
tudo na mesma, chumbo na zona da cárie
essa morte é lenta, anestesia na dor
não é caridade

[verso 2]
eu pensava que a solução era aplicar*me na lição
e ser excepção à regra
mais tarde percebi que esse esforço era em vão
ao fim ao cabo tinha era a função inversa
era, o que o sistema precisa para te fazerem sentir
que se alguém conseguiu, tu também consegues
e quando erra, em vez de corrigirem a lacuna
dizem*te que a culpa é tua
e se não fizeste melhor, é porque não queres
mas quando for assim pergunta mesmo:
“desculpe, eu não lhe ocupo muito tempo”
se há quem nasça com o cú virado para a lua
e acabe num buraco negro, qual acha que é a tendência
de quem tem o universo virado do avesso?
farta a quem carda, desde que acorda sem ver a cor da tarde
tocar a mesma nota até que a corda do acorde se parte
raios parta a corte que engorda com o nosso prato
suar pela côdea e glória serôdia
ide para o caralho
não devia ser proeza, mas procedimento
matar a sede na fonte do rendimento
não me surpreende o julgamento
no zoológico eu não vejo a fera
mas uma boa jaula para a ter dentro
4400 é a marca do carimbo
saliva de rafeiro, o cuspo é paliativo
tirei as rodas, melhorei o equilíbrio
continuo com estrica às voltas
a cantar como castigo:
sem mãos no volante, mamã, eih!
a rir com os dentes todos
mamã, hei*de dar voltas para se me apetecer
meter o sorriso amarelo em ouro, mama hater
[refrão]
levanto a cabeça, garganta no fio da navalha
cartas na mesa, não tremo, e o frio corta*me a cara
tudo na mesma, chumbo na zona da cárie
essa morte é lenta, anestesia na dor
não é caridade

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