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poetas no esgoto - pt. ii - coletivo 333 lyrics

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[letra de “poetas no esgoto – pt. ii” com altran, rvls, dacota mc, huggo, haru, koren, w mc, nescall]

[verso 1: nescall]
você não sabe como é escrever com ódio
vários dias de luto me fez esquecer o pódio
tento segurar mas as lágrimas caem
pois mais uma vez tô vendo esse episódio
sobrevivendo mais um dia no inferno
se benze ao sair de casa que o medo bate porta
agora nada importa
operação na favela e pelo chão eles deixaram outra criança morta
quando uma criança morre a mãe morre também
eles levaram duas almas com um tiro
minha coroa me falou que tava tudo errado
que a maior injustiça era a mãe enterrar um filho
você fala que é bobagem
mas de onde você tá só se fala de droga e não tem abuso de polícia
a bala daqui não é a mesma da sua rave
e do jornal vocês são ouvinte e nós é a notícia
as crianças morrem na porta da escola
na fila do hospital e agora na porta de casa
avisa o governador pra revisar o material
agora é caderno, caneta e colete a prova de bala
e por aqui a bala come,a porrada come, meu povo morrendo de fome
parece ironia mas não é engraçado
aqui no pulmão do mundo pobre morre sufocado
agora entendi o madrugadão, meu povo na eleição
será que cê me entende?
tem gente que aprende na primeira, que aprende na segunda
e tem gente que nunca aprende
dias de fogo na floresta isso rodou o mundo
me lembrou das caravelas e da porra toda
anos de fogo na favela e cês ficaram mudo
eles só querem nossa terra e o povo que se foda

[verso 2: w mc]
o norte me deu asas disse pra voar
a calma de um copo disse “fica aqui!”
a esperança abraça e diz que vai voltar
cês nunca procuraram, eu sempre estive ali!
ainda sinto a calma nesse jeito ,trauma no suspeito
cês brigam por fumaça que eu trago no peito
com deus eu me levanto só não sei se deito
balas não fazem curva, mas fazem efeito
minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá
uns dias vi a fumaça, eles pararam de cantar
se quiser subir o morro, nós tem bala pra tocar
os político dá tiro, mas não sabe atirar
tiro pro alto
os amigos comemoram, quem foi antes da hora, breve nós tá por lá
batendo o grave, se perder eu tiro as trave, se tu quiser ser mais chave
observa o nosso time jogar
sol,baby a terra quente
nós não é diferente
jogadores caros, tipo super bowl
sol, baby a terra quente
nós não é diferente
jogadores caros, tipo super bowl
ontem eu virei artista, personagem princ-p-l
da história que só tem em filme internacional
tarantino com certeza ia perdir esse roteiro
hoje vou pedir desculpa!
333 ligou primeiro
o norte me deu asas disse pra voar
a calma de um copo disse “fica aqui!”
a esperança abraça e diz que vai voltar
cês nunca procuraram, eu sempre estive ali

[verso 3: koren]
bem-vindo ao inferno pra quem viu
a humanidade vai ter fim já não é nem um segredo
irmão, é tanto óleo nesses rios
e nunca foi o motivo do nosso rio ser negro
esse é meu time e ele é muita treta
sem descendente na itália mas tá pr-nta a vendetta
caneta azul, azul caneta, escrevendo linhas racistas com uma caneta preta?
e meus que amigos que morreram ou foram preso
tudo pela droga, vocês tão cantando merda
tavam de boa se sentindo o super-homem
e o pior que esses também tem uma fraqueza pela pedra
só de lembrar que rappers ruins acabam a tinta
de composições como essa vinda de 2030
eles nunca vão entender, energia na minha letra
perigo, risco da choque
e o momento que tu grita pela pátria, é na internet digitando em capslock
meu pai se foi, mas me ensinou cada p-sso
pra que eu cheg-sse tão alto que eu pudesse te dar um abraço
eu vou honrar em cada track, não é um rap de mensagem
mas depois dessa mensagem tu vai entender o que é o rap

[verso 4: haru]
entretenimento que camufla, veja se serviu a carapuça
veja só esse sangue na sua blusa
eles se engrandecem com suas condecorações
papel e caneta, executando mais um ustra?
o sol da liberdade se ofusca
a pátria idolatrada tá confusa
a terra mais garrida tá em cinzas mais profundas
se ergue da justiça a punho forte
o pátria veja que teu filho não foge da luta
manipuladores dessa química sínica
tão tirando a vida e cagando em poseidon essa diarréia com óleo
eu manipulo lírica, cítrica e cuspo na tua cara o catarro cheio de ódio
apresentaram na tv e querem te vender
uma piada engraçada e um aviso de morte
jogaram lavagem aos porcos
e deixaram o bobo da corte com duas putas no resort
nós somos poetas no esgoto
o brilho no fundo do poço
tamo matando homem branco que tá roubando nosso ouro
o trevo que traz minha sorte
pergunta se a firma tá forte
pergunta pra onde pra onde bússola aponta
que ela vai indicar que é pro norte

[verso 5: huggo]
foda-se sua comitiva presidencial
39 kg é tráfico internacional, desvio de verba
e triste é ver meu povo morrer na fila do hospital
confudiram capital com a ganância do homem
e ao mesmo tempo confudiram ação com facção, isso não é ficção
estando a viver dias de glória nos dias de luta
onde a mãe trabalha, a rua educa!
cogitei tanto essa track, que hoje a gravidade, bate no beat altran
na favela chove bala isso não é vietnã
militante na lírica, gigante igual t-tã
e quantos foram embora sem se despedir
só dois minutos de reza e a quebrada refletir
nem tudo que vai, volta!
só essa revolta
25/05 e toda vez que eu fecho os olhos te sinto por perto
e foda-se o que um dia eu vou leva no bolso
porque a importância é a vivência que eu levo no peito
por tão poucos terem muito é que muitos da perifa tão vivendo com tão pouco
predestinado a viver dias de glória
vocês são momentâneo eu vim pra ficar na memória

[verso 6: dacota]
é revoltante, ódio na veia pulsa, com 5 de beck a ficha é suja
é preso e ainda pega tapa do tenente
filho de rico, com 15kg no mercedez
não perde o réu primário e ainda ganha o atestado de doente
cês crente, que a intenção de tráfico, só vem da favela
e pela favela a minha alma canta
seu preconceito esbanja e o defeito do meu corpo
é que a palma da minha mão ainda é branca
preto, novo e caro tipo pogba
cê quer me comparar com mc de pó e bar
nós apostou nós versos, cês cover em pvt
e hoje cês quer saber por que meu time vai virar
alma em cada track, foi bem mais que dom
vendo os irmão, de free no busão pra vender bombom
tem gente que vende o almoço pra comprar a janta
e eu torrei minhas quentinhas pra gravar meu som
é sempre na troca de tiro ou na bala perdida
mas a bala que se perde sempre encontrar a pele preta
desculpa esfarrapada de polícia
favela sai ferida e a mãe que chora vendo um filho na gaveta
essa aqui não é só por mim, é por toda tropa
pros que sonhava em viver rap e morreu vendendo droga
todos foram história na quebrada e por eles meu mano
vim por minha quebra na história
sempre foi visão, realidade
pra tirar os menor do corre, sempre foi cultura
cês muda a postura por dinheiro
e muitos com dinheiro querendo ter minhas postura
cês jura importância
favela jorra sangue, cês finge que ver
cês quer gritar o o gueto direto do ap
mas o que cês sabem dele viram na tv

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