imigra.som - chullage lyrics
[verso 1]
agregado desagregado
na tuga desintegrado
mãe na limpeza
pai nas obras pragado
n*gga mal assalariado
às vezes desempregado
puto na escola de mão agrado
irmão mais velho encarcerado
é o crime que a rua propõe
quando o sol se põe
n*ggas não nascem gangstas como a televisão supõe
dinheiro fala alto quando de pobreza a vida se compõe
livros trocados pela pistola
por putos em idade de escola
enquanto a tragédia se desenrola
ao ritmo que um yosh se enrola
língua na cola
‘duma ‘flutcha
olho regalado com as curvas ‘duma ‘tchutcha
lábio grande, pele escura cabeleira crutcha
isqueiro rebenta, gira de mão em mão marijuana
népia, pausa, cana
babbi gira como se arrentela fosse crica da joana
farda azul porca
assassina como uma orca
enquanto grandes roubam, eles andam atrás ‘dum puto minorca
‘madaf*ka desemborca
da garrafa
deixa matar essa birra, toma o poff e bafa
só problemas e vícios, essa life escafia
tugalife escafia
um n*gga já aprendeu que com essa life não se safa
estafa
e atrás das grades ela coloka
pausa, o fone toca
será da birra, stone, moca
não realmente o fone toca
‘tou
yo é s.a.s
amanhã estúdio às dez, traz aquela rima que choca
é na música que um n*gga se foca
que fake n*ggas sufoca
enche a cabeça, liga o mic põe o beat e o fogo se troca
sempre que um n*gga voca
m’ ta kemaz sima broca
payaz sima coca
musíca ‘pa tcha pataker kebrod boca
ok, amanhã às dez levo a rima que choca
[verso 2]
desde 97 cinco pares de pernas partilhando os mesmos passos
ás vezes os mesmos espaços
sucessos e fracassos
momentos mais abastados, momentos mais escassos
cinko cabeças pensando, juntando cinco pares de braços
bebendo das mesmas birras, fumando dos mesmos maços
pitando dos mesmos pratos
girando nos mesmos chaços
cinco mãos escrevendo rimas, reforçando laços
conetando com grandes b*boyz, writers com grandes traços
cinco dedos no vinil, cinco no crossfader raskov
cinco dedos no teclado roland ligado ao s9
centos e cinquenta e mpc com muito love
porque love é que nos move
é aquilo que nos move
dinheiro não nos demove
sucesso não nos comove
n*gga a gente faz clássicos no underground desde os 19
continuamos pragados no underground a caminho dos 29
nada nos remove
a gente mantém*se na street com sol, frio ou quando chove
fazendo o melhor ou o pior até que agente se certifique
que quando bazarmos o nosso rebento melhor neste mundo fique
pás temps pour les regrets, sima lunatic
papel e uma bic
enquanto s.a.s flui um grande loop, grande baixo, tarola, prato, e um grande kick
fechados a observar como rappers hoje chupam d*ck
[verso 3]
grande loop, grande baixo, tarola, prato, e um grande kick
papel e uma bic
transferem a realidade da nossa mente p’ra tua
como antídoto a nossa rima atua
no veneno da sociedade que em ti desagua
mentes fechadas a cadeado que nosso rap abre tipo uma gazua
nem livros, nem escola, nem filmes, retratam a realidade tão nua
a gente faz intervenção
o resto desses n*ggas insinua
a gente perpétua
rima dura crua
da rua p’ra rua
da nossa p’ra tua
de norte a sul cuspindo rimas escritas com visão
beats feitos com muito tato
fodendo a audição desses n*ggas, cheiro de charro no olfato
em microfones com mau contato
technics nunca intactos
cd’s que saltam e quebram o feeling do público estupefato
às vezes um grande som, às vezes nem colunas de retorno
às vezes algum cachê, às vezes nem dinheiro p’ro retorno
público frio, às vezes morno
outra vezes tão quente que o palco parece um filha da puta ‘dum forno
de volta ao bairro p’ra onde aliás a gente sempre regressa
porque no bairro a gente stressa
mas a gente confessa
que fora do bairro rodeado de pataqueiros não nos interessa
em casa, na rua recebidos de braços abertos
juntos daqueles que conosco traçam futuros incertos
movimentos encobertos
uns mais outros menos espertos
onde os melhores e os piores sentimentos são descobertos
[verso 4]
“imigra.som” da crew com eyes red
fiéis ao rap independentemente do que se sucede
nem a $, nem a fama, nem à industria a gente cede
não é pelos clips, nem pelas vendas, é pelo amor que a gente se mede
“imigra.som” da crew com eyes red
rebentando bombas no underground como ninguém procede
ninguém antecede
agente luta concretiza nada a gente pede
nada nos impede
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