de maia a gaia (cypher) - caixa cartão collective lyrics
[letra de “de maia a gaia (cypher)”]
[verso 1: uest.]
tento ser o primeiro a chegar, nunca me atrasar
o último a sair e quero sempre ficar
se entrar, é pa’ bulir
vou*me certificar que o verso que há de vir, tem de cá ficar
para filosofia e alegria deste povo
para quem queira mais um dia
saber que eu voltei mais novo
à luta comigo próprio
às vezes nem tenho estofo ao saber que me’mo sóbrio vou caminhando p’o lodo
podre
eu já lucifer
se a luz ‘tiver ausentе? eu brilho mais
enquanto cá estiver? matar instrumentais
na tеrra bem diziam que o que eu dizia era foda
trabalho trouxe o que eu queria
vês caixa cartão com corja
não quero o que é do outro, o meu pouco dá de sobra
chega o tom, o verso bueno e uma dobra
estado é pleno aqui no terreno e dá*te coça
desde pequeno, o prime aqui é dar*te mossa
[verso 2: lazy]
eu não vi o lado negro, eu vivo nele e não nego
que adoro este desconforto de ter que andar todo cego
só escrevo p’ra que o ego faça parte deste moço
só respiro porque o rap é quem carrega o peso morto
peso o corpo rua acima, quem corre por gosto não cansa
todo torto rua abaixo, a dar facadas nas finanças
‘tou com a corja e com a caixa cartão a ver se encho a pança
tu pergunta ao beiro, aos anos que este dread não descansa
é na boa, a idade pesa mesmo que o meu rosto esconda
e se a vida virar vanessa, vou fodê*la em qualquer zona
sem camisa porque o risco, man, já nem me diz nada
e se me voltares a ver na linha, é numa folha pautada
de maia a gaia, tudo à solha e à paulada
e só me vês fechar o tasco quando a puta da cerveja não acaba
e não há cabra que me prenda, eu não descolo do balcão
podes levar a ementa, traz só copos e um garrafão
[verso 3: kaines]
convites pa’ collabs, não tenho nem me incomoda
já tenho caixa cartão quando eu quero um feat foda
tu não cuspas veneno, olha que a vida ainda te cobra
e se é pa’ falar dos outros, porque é que a língua não te dobra?
lecas, um bom carro, mas esse clip, brotha
tem um rap tão pausado que esse drip é água choca
quando não se quer foder, mano, até colhão estorva
é a prova que até num pano roto cai a nódoa
teres energia em palco é algo que não me choca
és uma estrela tão grande, queres espaço: supernova
são gajos sem cautela, ‘tão pr*ntos pa’ andar à roda
a fazer fumo na panela até verem faróis skoda
o teu jeito p’o rap é como a carteira da cota
é algo que, por respeito, desde novo não se toca
o que não mata, engorda
tu até ‘tás em forma
olha pa’ bandeira azul, ‘tás com pressa mas encosta
[refrão]
olha o sotaque que não ‘tás habituado
pa’ nós é indiferente a zona, partimos o tasco
tipo petardos a estourar em todo o lado
abana a puta da mona e anota bem o recado
[verso 4: rilha]
volume 3 traz novidade
cada vez mais mobilado
caixa corja, deixa a gorja se sentes o artefacto
fecha a loja, cá aloja
rap bruto, noção no ato
sente o groove do som que bate
o orgulho neste sotaque
a malta junta*se, cria pontes
numa d’unga criações
é sem temas nestes contos, nem segundas intenções
se ouviste os nossos nomes é melhor vires com noções
viemos conectar os pontos, unificar as divisões
tu bate pala ao distrito que te encaralha sempre
faz do seu calão corrente, mostra raça pa’ vertente
tu põe*te atento, eu debito o que fez da aguardente
na sua cultura é crente, não passa paninho quente
o português exercito
na conversa com versos explico
nada me stressa, faço a peça como o eça
e como esta não tens visto
se a sentes, cola o pisto
deixa só girar o disco
se a acendes, roda isso
[verso 5: smélio]
acordei frito da mona, riscos na mona
um gajo vive pa’ zona, a zona não vive pa’ um gajo
eu tenho um beat e dou outra
é só bicos na boca, até te cuspo na tromba
caguei no rap que eu faço
se eu ando aos s’s, são lombas
se eu ouço bocas, são conas, um gajo fode
só pirocas nos lábios
ouve o conselho dos sábios
no concelho poucos são sabidos
os joelhos ‘tão bambos
dão*te dicas, não te dão ouvidos
não são filmes, tudo em curta metragem
mete os olhinhos nesta curta passagem
rappo até ficar velhinho
sou da terra onde o nome tem vinho
vingo se pisar uvinhas até fazer suminho
primo, tira o pé da terra do vizinho
filho, essa parra não me enche o copinho
bimbo, só me vês a fugir do limbo
corda ao sapatinho
a mexer os braços mais pareço um mimo
[refrão]
olha o sotaque que não ‘tás habituado
pa’ nós é indiferente a zona, partimos o tasco
tipo petardos a estourar em todo o lado
abana a puta da mona e anota bem o recado
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