cá no norte #1 - caixa cartão collective & qvxno lyrics
[verso 1: rvger]
ouço muito falo pouco, eu nunca fui otário
tou a ver se passo de empregado, para ser empresário
minha trajectória é notória para aumentar o salário
tua vida aqui não vale a nada se não envolver numerário
i don’t give a f*ck para esse trono, eu mato o dono
se não respeitas a família, vais ficar a dormir sem sono
não fico em casa para viver de um abono
essa tua b*tch aqui ja fez de ti corno
se a comida aqui aparece eu como
nunca durmo, cuidado com a carteira se eu tiver sem paka
vim do nada, por isso é que a tua cabra aqui está vinculada
se a vida me cubriu еntão não vesti nada
o inferno é na terra еntão paraíso é rota destinada
eu não peço nada, corro atrás até deixar minha marca
bófia perguntou quem deu fesada, eu não sei do que se trata
eu nunca chibei nenhum brother, nem quando levei porrada
os beefs que tentaram ter comigo, não passaram da entrada
[verso 2: qvxno]
se é para rimar com gera eu quero a que opera
cá na terra tu vais à faca mesmo que ninguém te opere
tenho a cabeça no hip hop e eu nem sou um hip hop head
sa foda o estilo ninguém define aquilo que o meu hip hop é
o mesmo qvxno sem k
se não tiver de smoking, a mortalha é smk
escrita é criptografia, se rebentar é sem data
apostar em rappers não pinta, estão quase todos sem lata
tudo poluído, eu tou polido com brilho no reflexo
pedras não comi, parti*as, pus molly na moulinex
mic está sempre no record, só falta estar no guiness
não tenho nada e querem tudo, então imagina se eu tivesse
sente o cheiro aqui a mel, mano ninguém fuma caramelo
e o que te vendem não e roupa mas o cortefiel
letras ainda não dão paka, então faço o meu papel
para não ter de escrever num quadrado e não falo em excel
[verso 3: roke]
rokelhe, s/o poq
faço fumo em qualquer lado tipo bob
se não te identificas queima o doc’
o meu papel é minar folhas tipo lsd
isto é feitiço e nem é obra d’oz
flow é luxo como casas na foz
‘tou pelo norte, dá p’a ver pela luz
que há sempre uma estrela no céu a brilhar para nós
‘tou em júbilo, eu tento ser feliz como o túlio
arrisquei tanto a sorte tipo o júlio
dentro de um paraíso parecido com o do coolio
sem folclore, eu falo claro
sa foda o paleio de saco, eu não leio karl
‘tás armado em cabrão, só que vens tarde
mente bakunine, é impossível fazerem*me escravo
[verso 4: big jony]
provavelmente sou dos poucos reais que resta
dos leais que presta, os seus ideais na peça
baza da frente, entende que eu estou com pressa
este é o exercício lírico que nem o hov manifesta
eu tou mortinho pelo dia que a minha mão escreva em contratos
o que eu recebo nem sequer chega para os gastos
eu percebo as consequências sempre que concebo os meus atos
passa*me a mortalha e filtro e eu acendo os meus fardos
ayo i’m locked in, sempre a sacar dicas do meu bloco, d*mn
top ten, tanto smoke, eu pergunto onde tá o pop, man?
nesta selva é só bonecos em safaris, já e já temos demasiadas barbies agarradas ao hip*hop, ken
eu juro que flow como este eles nunca viram
engraçado ver muitos propz dos que back in the dayz riam
tu caga nisso, era tudo o que eles diziam
agora eu tou tão sick que se lhes cusp*sse à cara, tossiam
[verso 5: buster]
manos se metem rena é porque deram um pai natal
sejas pesado ou pena, no vácuo é tudo igual
da maneira como os fodo a mim chamam*me vénus
da maneira como escrevem a eles, chamam*lhes vénus de milo
abro o caminho, separa o joio do trigo
bato nos beats para os versos verem como se educa um filho
tou a entortar as linhas so para confundir ateus
muitos gritam maradona porque dei a mão de deus
tão a dar mérito com crédito de génio
por estar a escrever em duplos como se fosse transgénero
eu era mau aluno nao por ser indisciplinado
é que eu tinha bastante sumo, só nao estava concentrado
tenho engordado com o que escrevo nao devo ao ser sedentário
é que quem me convida para feats, nao me faz soar a cardio
risco por impulso a vulso ou gravo um audio
se um dia partir o pulso não é para tocar na rádio
[verso 6: each1]
mesmo na altura em que isto dava um gajo não tinha nada
aos 16 eu ja tocava e nem bebia água
hoje os miúdos vivem bem mas contas a mãe paga
atirem pedras aos vizinhos a ver se vos chove em casa
um jovem passa a vida a querer ser rapper, homem granda group
tantos frutos, quantos crescem podres e nem estão maduros
nunca julgues se é para falar torto e não ter atitudes
mandas tantas balas que ficaste abaixo uns quantos furos
vai treinando os moves que eu só pico rimas
se me inspirasse em rap tuga eu nem falava na minha língua
então vou só boiar no céu , para veres o filme
se mergulhar tudo o que eu penso deixa de haver terra firme
esta é para quem aclama a que ama e não o faz na fama
para quem reclama a chama e apaga quando o prazo acaba
viste o teu ídolo lá em cima agora jaz na lama
aprende que quem te trás ao colo também te faz a cama
sítios corri quase todos, feats nunca quis saber
portas arrombei*as todas, tropa eu nunca quis bater
então não me comprares ao que eu de facto nunca fiz para ter
tou exausto e a lutar por algo que eu nem vi para querer
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