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orla - c̶o̶r̶a̶ x jackie lyrics

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[intro]

[verso 1: c̶o̶r̶a̶]
eu estou a dar o sermão aos peixes
peço que a lucidez não me deixe
eu só desejo
parti as portas por favor não as feches
na maré, perdi*me nas mágoas
corrente
estou presa nas águas
relativas
manhãs pesadas
é tudo mentira, eu largo*as
são lagoas, poços de sofrimento
ponho*me de joelhos
não sentir o julgamento
(da orla do mar…)
não penso no envelhecimento
quanto tempo tem o tempo?
desaguei, fiquei, virei fóssil
arranquеi, pensei que sou móvеl
limpei, deitei, fiquei dócil
mandei, chorei, sou imóvel
pura vida lisa
glorifica, *n*lisa
solta silêncio
avisa
glorifica
paralisa…(contra tudo…)
de todos os cantos do mundo
o mais belo, mais profundo
eu vim lá do fundo
por tudo, nada mudo
onde me uni ao mar, ao vento e à lua
mesmo que morra, a jornada continua
deixo a minha parte, roubo a tua
vamos deixar que a eternidade flua
[refrão: c̶o̶r̶a̶]
eu sou muda, eu sou louca
eu estou fula, eu estou mouca
sou sou muda, eu sou louca
eu sou louca…

[verso 2: tilt]
calma
conta até dez
usa os pés para inverter marés
essa corrente de circos e cabarés
anda se és uma candidata ao tejo
que lés*a*lés visita a ponte
aquela que eu ocupo à ponta
mas sem ficar tonto
é só uma aragem
a vida é uma brisa que passa pela cara
frisa aquela ruga de auto*sabotagem
pisa o pedal até à lisa
agarrada ao volante
sem carácter, anulando*te
viras cadáver ambulante
olho p’o relógio a ver se vivo mais tempo
onde não existe “nunca”, quanto mais “sempre”
como é que teria a miúda
num jogo mais viciado que a minha bateria
que verte ácido, e agonia aguda?
eu mantenho a minha fome a ver a comida render fria
de plástico
como soldados à mercê da serventia
postura tipo que toda esta acidez nem influencia
onde a sanidade é locura
e a lucidez é doentia
ela diz:
[refrão: c̶o̶r̶a̶]
eu sou muda, eu sou louca
eu estou fula, eu estou mouca
sou sou muda, eu sou louca

eu sou louca…

eu estou a dar o sermão aos peixes
peço que a lucidez não me deixe
eu só desejo
parti as portas por favor não as feches

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