poesia de sexta-feira - adl lyrics
[verso 1: dk]
s-xta-feira é foda pra dormir de madrugada
no bar, cerveja quente, na cama, mulher gelada
no bolso eu confiro a carga, da janela eu olho o clima
trilha sonora do momento, no telhado a chuva fina
vejo o revólver do lado da bíblia, lembro o que o pastor revelou
falou coisas da minha vida mas não entendi qual era do caô
que eu tava na porta do bar, chegou um neguin, puxou e atirou
depois montou na garupa da moto, pegou na contramão e vazou
eu homem de pouca fé, na hora fiquei meio cabreiro
mas se hoje eu tô de pé, é porque minha mãe tá de joelho
eu fico mais perigoso conforme sinto mais medo
e se for pra chorar, vai chorar a deles primeiro
pega logo um whisky amargo, mistura com o beijo doce
a morte vem só de calcinha, dança a valsa da meia noite
com a voz macia e sedutora, falando pra eu me jogar
e outra voz no ouvido sussurra, dizendo que eu tenho filha pra criar
com o sangue no raciocínio, ela caminha pela favela
esperando a próxima vítima cair no crime de paraquedas
quem bate na porta a uma hora dessa?
to ouvindo o cachorro latindo
se for atirar tem que ser pra matar e lá no inferno eu me vingo
[refrão]
ei, eu ouço a morte me chamar
com o sorriso no rosto e o álcool na mente
me seguindo aonde eu vou
e,quando ela vem me acordar
to com a arma na mão a estopa e o isqueiro
vai dar caô
[verso 2: lord]
eu sinto meu maxilar doendo, minha boca seca
meus olhos arregalados e meu nariz escorrendo
mas que se foda, eu limpo com a manga da blusa
são duas delas deitadas, prato quente, quem recusa?
(tá com saudade de mim?) puta que pariu, que pesadelo
muito sangue numa piscina de gelo, caixão
a voz da minha mãe me dando a benção
“deus te leve, deus te traga”
o gosto de sangue e eu baleado no chão
a maconha e o whisky que me acalma
me faz sentir prazer de ter largado a cocaína e não a arma
e mesmo -ssim falar do brilho das estrelas
que iluminam as piranhas que se vestem de princesas
é bem possível que ao sair de casa
eu seja surpreendido pelo verme na minha escada
e ver minha mãe chorar porque eu dei mole e errei
e só lembrar depois das vezes que ela disse “eu te avisei”
eu sei que é foda mas a noite é perigosa
to quase de bandeja, nessa hora eu sou tudo que eles queria
e o que eu tenho por mim é meu revólver até a boca
cuspindo bala “dum dum” em quem mexer com a minha família
[refrão]
ei, eu ouço a morte me chamar
com o sorriso no rosto e o álcool na mente
me seguindo aonde eu vou
e,quando ela vem me acordar
to com a arma na mão a estopa e o isqueiro
vai dar caô
[verso 3: funkero]
meus heróis morreram alvejados, não de overdose
prancho o da 99, aumenta a psicose
brinco de roleta russa rindo
to sentindo os inimigo vindo, eu até vejo um a um caindo
cheiro de morte, cachaça, desgraça
não era pra eu ter acertado aquele merda com geral na praça
só que o sangue veio na guela quando eu vi o pela
matou o amigo e ainda ficou rindo pela favela
abro o basculante pela metade da tarde
peça na fresta, é pura atividade c-mpade
o que me resta é mostrar minha habilidade
tiro na testa do primeiro que brotar na grade
sou bom de dedo mas pancadão é foda
no coco é morte, nas costas é cadeira de rodas
tiro trocado não dói, é o que se fala pelos beco
estalo seco (plaw) a história vai chegando no final
num barraco qualquer, numa favela qualquer
hoje é dia de cobrança então seja o que deus quiser
se me acertarem vai ser pela frente, nunca pelas costas
confronto, hora da aposta do jeito que o diabo gosta
[refrão]
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