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fumo - activasom lyrics

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[verso 1: fokus]

dá-me lume p’ra eu poder acender um
todos dias brinco com o fogo, e deito fumo
pela matina, cafeína, nicotina em jejum
todos dias morro um pouco como senso comum
cravam-me um pedem-me lume p’ra poder acendê-lo
vou cedê-lo ou fodê-lo? só tenho um camelo
hoje em dia há tantos, como vários maços vazios
aprendi que os vícios não se sustentam sozinhos
aprendi que a parti-los leva p’a outros caminhos
sem me perder, apenas segui outro destino
até mesmo sozinho fui p’ra outro destino
o fumo levou-me longe para outro caminho
a nuvem p-ssou e levou o que não é bem vindo
levar com o fumo dos outros não é vida p’ra mim
se é vida p’ra ti? não é vida p’ra mim
andar na nuvem dos outros nunca foi vida pra mim

[refrão]

eu tiro duas dou-te a minha pica
só me resta a rima
atiro a ponta já nem ligo ponta
a quem levou com a minha
o fumo e as nuvens ficam por cima
e o fumo e as nuvens ficam por cima

[verso 2: tácio]

eu ‘tou a olhar p’a ti pousado num cinzeiro
que é grande e ‘tá cheio conta a história de um maço e meio
na mão am-sso mais um português vermelho
a pensar em concelhos que o meu velho nunca me deu
são mais ausências que palavras, relativadas
por circunstâncias mal paradas, nuvens formadas
excesso de p-ssadas largas, p-ssas dadas
onde pulmão foi o mínimo do que fodeu
cigarro meu conta-me o que aconteceu
distraimo-nos ao vento a esperança na ponta ardeu
eu solto o fumo que abafa todo o perfume
que me desperta a calma p’a eu não disparar a fundo
por dentro eu tou imundo mais cansado que profundo
mais distante dou o mínimo a quem devo mais que tudo
contigo eu ‘tou seguro nas nuvens faço o futuro
dos fracos reza a história a vida vivem os duros

[refrão]

eu tiro duas dou-te a minha pica
só me resta a rima
atiro a ponta já nem ligo ponta
a quem levou com a minha
o fumo e as nuvens ficam por cima
e o fumo e as nuvens ficam por cima

[verso 3: paulinho]

seguro-te entre os dedos metes-me os lábios presos
a medos e momentos difíceis de percebê-los
não sei se tu concordas da forma que às vezes penso
acalmas-me e quando apagas guardas sem pedir segredo
num desejo ao qual me envolves e mostras desdo começo
tudo fazes pra eu estar melhor e matas-me ao mesmo tempo
entre o fumo e o silêncio as escolhas parecem múltiplas
quanto mais perco a sombra mais perto eu tenho as dúvidas
e sei que tu me aturas naqueles dias nervosos
e dás-me momentos calmos com meia dúzia de trocos
quantas conversas travas marcadas por tanta raiva
quantas palavras guardas com o cala-te não digas nada
daí p-ssa a luz do dia e apago-a no meu cinzeiro
depois a luz que se acendia veio sempre do meu isqueiro
se a vida perde o sabor então sabes o que é que eu quero
no mais amargo do teu travo ver-te acabar em caramelo

[refrão]

eu tiro duas dou-te a minha pica
só me resta a rima
atiro a ponta já nem ligo ponta
a quem levou com a minha
o fumo e as nuvens ficam por cima
e o fumo e as nuvens ficam por cima

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