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o crepúsculo da existência - a286 lyrics

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[intro – diálogo]
– fio, se que tá ai fi? traz um copo de água pro pai. traz um copo de água pro pai, por favor. é você que tá ai?
– caralho mano de novo tio. porra vai tomar no cu. não enche o saco velho do caralho. fica de boa ai, vai dormir um pouco caralho!

[verso 1 – reinaldo]
alguém devolva o meu sorriso, me tira dessa cama
honra o que me disse um dia, prova que me ama vai
quero sentir minhas pernas, bater uma bola
cola em qualquer bote, jogar conversa fora
não foi possível, nem fala que me entende
se nunca se viu por um copo de água dependente
com a mente saudável e o corpo vegetando
dependendo de você pra comer e tomar banho
se não é pelas vizinhas e sua compaixão
já tava morto nessa porra podre de infecção
no mesmo colchão com as fraldas transbordando bosta
na mesma posição, com a pele morta
de que vale ter vida do pescoço pra cima?
só pras decepção me matar dia após dia
hoje meu sonho é ver o demônio me levando
só pra não te ver fi de novo reclamando

[refrão – paulo lira]
eu não tinha esse corpo, esse braço tão fraco
eu não tinha esse rosto esse desgosto amargo
eu não tinha esses olhos cansados
em que espelho eu deixei meu sorriso?

[verso 2 – reinaldo]
aonde estão aqueles que no colo abriguei?
pra alimentar nem comi e mais que de mim cuidei
dediquei a vida em prol do seu sorriso, olha
sem querer nada em troca
e agora o olfato que tanto privei de qualquer cheiro mau
fecha a porta pra não sentir o odor do corpo com 1 banho mensal
finge não ver o cansaço que que involuntário expressei
olhos que tantas lágrimas enxuguei
as sobras do almoço fria do lado da cama
nem as baratas e as formigas livraram de virar a janta
senhor me faz dormir pra suportar a dor das pernas
já que toda vez “me arruma” é sinônimo de guerra
tv ligada baixa onde nada se vê p-ssar
define bem a preocupação com meu bem estar
dispensa as flores do caixão não vai fazer sentido
após morrer de decepção tentando esquecer que foi esquecido

[refrão – paulo lira]
eu não tinha esse corpo, esse braço tão fraco
eu não tinha esse rosto esse desgosto amargo
eu não tinha esses olhos cansados
em que espelho eu deixei meu sorriso?

[verso 3 – reinaldo]
a tempos ninguém trazia flor com palavra de amor
e tudo se resume em dor de saudade do que sonhou
e o ato fraternal familiar o abraço
só ficou conservado no quadro empoeirado
mas se pudesse ouvir sabia que perdoou os socos
as mãos com os mesmos traços que a minha apertando meu pescoço
que sua ausência doía mais que ingratidão
quando não dava de propósito o remédio pro coração
se um dia a vida te crucificar na cama se suicida
a melhor idade é mentira, é geração esquecida
não importa sua sabedoria é sem utilidade
e só não te internam por falta de oportunidade
mas se soubesse a dor do abandono meu
que um dia fui como você e amanhã será como eu
pede pra deus te levar na facada ou baleado
antes que aquele que cê deu a vida te mata esquecido num quarto

[refrão – paulo lira]
eu não tinha esse corpo, esse braço tão fraco
eu não tinha esse rosto esse desgosto amargo
eu não tinha esses olhos cansados
em que espelho eu deixei meu sorriso?

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